domingo, 16 de fevereiro de 2014

Fever

Never know how much I love you
Never know how much I care
When you put your arms around me
I get a fever that's so hard to bear

You give me fever
When you kiss me
Fever when you hold me tight
Fever, in the morning
Fever all through the night

Sun lights up the daytime
And moon lights up the night
I light up when you call my name
And you know I'm gonna treat you right

You give me fever
When you kiss me
Fever when you hold me tight
Fever, in the morning
And fever all through the night

Everybody's got the fever
That is something you all know
Fever isn't such a new thing
Fever started long ago

Romeo loved Juliette
Juliette she felt the same
When he put his arms around her
He said, Julie, Baby
You're my flame

Thou giveth fever
When we kisseth
Fever with thy flaming youth
Fever, I'm afire
Fever, yeah, I burn, forsooth

Cap'in Smith and Pocahontas
Had a very mad affair
When her daddy tried to kill him
She said, Daddy
Oh, don't you dare

He gives me fever
With his kisses
Fever when he holds me tight
Fever, I'm his misses
So Daddy, Won't you treat him right

Now you've listened to my story
Here's the point that I have made
Chicks were born to give you fever
Be it Fahrenheit or Centigrade

They give you fever
When you kiss them
Fever if you live and learn
Fever, 'till you sizzle
What a lovely way to burn
What a lovely way to burn
What a lovely way to burn
What a lovely way to burn

https://www.youtube.com/watch?v=JGb5IweiYG8

https://www.youtube.com/watch?v=EYxoAJ3Boyc

https://www.youtube.com/watch?v=OSeyfWTLnWg

https://www.youtube.com/watch?v=NvYxFX-gC-U




Crazy


Crazy, I'm crazy for feeling so lonely
I'm crazy, crazy for feeling so blue
I knew you'd love me as long as you wanted
And then someday you'd leave me for somebody new
Worry, why do I let myself worry?
Wond'ring what in the world did I do?
Crazy for thinking that my love could hold you
I'm crazy for trying and crazy for crying
And I'm crazy for loving you
Crazy for thinking that my love could hold you
I'm crazy for trying and crazy for crying
And I'm crazy for loving you.

https://www.youtube.com/watch?v=f8nu9fi9wJM

https://www.youtube.com/watch?v=tIqxw-nybu8

https://www.youtube.com/watch?v=2OVtpnpCOKM

https://www.youtube.com/watch?v=rQyeskd8CgA

https://www.youtube.com/watch?v=-PI_SverY0w

The story of "Crazy"
After the success of "I Fall to Pieces", Cline needed a follow-up, particularly because the car accident had required that she spend a month in the hospital, which meant lost time from touring and promotions. The famous follow-up to her hit was written by Willie Nelson and called "Crazy", which Cline originally hated. Her first session recording "Crazy" turned out to be a disaster, and Cline claimed that the song was too difficult to sing. She tried to record "Crazy" like its demo recording, which featured Nelson's idyosyncratic singing, but had a tough time recording it not only because of its demo, but because she found the high notes hard to sing due to her injured ribs from her car accident. The entire day in the studio at Decca was a head-on fight between Cline and Owen Bradley.

However, Cline finally recorded the song the next week in one take, a version completely different from the demo. Because of this, it turned out to become a classic and, ultimately, Cline's signature song ? the one for which she remains best known. In late 1961, the song was an immediate country pop crossover hit, and was also her biggest pop hit, making the Top 10. Friend Loretta Lynn later reported that the night Cline premiered "Crazy" at the Grand Ole Opry, she received three standing ovations.

"Crazy" was a hit on three different charts in late 1961 and early 1962 ? the Hot Country Songs list (No. 2), the US Hot 100 list (No. 9), and the Adult Contemporary list (also No. 2). An album released that November entitled Patsy Cline Showcase featured Cline's two big hits of 1961. The album brought success to Cline late that year.


quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

We'll meet again,
Don't know where,don't know when,
But I know we'll meet again, some sunny day.
Keep smiling through,
Just like you always do,
Till the blue skies drive the dark clouds, far away.
So will you please say hello,
To the folks that I know,
Tell them I won't be long,
They'll be happy to know that as you saw me go
I was singing this song.
We'll meet again,
Don't know where,don't know when,
But I know we'll meet again, some sunny day.
We'll meet again,
Don't know where, don't know when,
But I know we'll meet again, some sunny day.
Keep smiling through,
Just like you always do,
Till the blue skies drive the dark clouds, far away.
So will you please say hello,
To the folks that I know,
Tell them I won't be long,
They'll be happy to know that as you saw me go
I was singing this song.
We'll meet again,
Don't know where, don't know when.
But I know well meet again, some sunny day.
We'll meet again,
Don't know where, don't know when.
But I know well meet again some sunny day.
Just smiling through,
Just like You always do,
Till the blue skies drive the dark Clouds far away.
So will You please say hello to the folks that I know,
Tell them I won't be long.
They'll be happy to know as You saw me go,
I was singing this song.
We'll meet again,
Don't know where, don't know when.
But I know we'll meet again some sunny day


https://www.youtube.com/watch?v=rsy57_aOUJ0

terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

Estrela da tarde - Ary dos Santos

Era a tarde mais longa de todas as tardes
Que me acontecia
Eu esperava por ti, tu não vinhas
Tardavas e eu entardecia
Era tarde, tão tarde, que a boca,
Tardando-lhe o beijo, mordia
Quando à boca da noite surgiste
Na tarde tal rosa tardia
Quando nós nos olhamos tardamos no beijo
Que a boca pedia
E na tarde ficamos unidos ardendo na luz
Que morria
Em nós dois nessa tarde em que tanto
Tardaste o sol amanhecia
Era tarde demais para haver outra noite,
Para haver outro dia.

(Refrão)

Meu amor, meu amor
Minha estrela da tarde
Que o luar te amanheça e o meu corpo te guarde.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza
Se tu és a alegria ou se és a tristeza.
Meu amor, meu amor
Eu não tenho a certeza.

Foi a noite mais bela de todas as noites
Que me aconteceram
Dos noturnos silêncios que à noite
De aromas e beijos se encheram
Foi a noite em que os nossos dois
Corpos cansados não adormeceram
E da estrada mais linda da noite uma festa de fogo fizeram.

Foram noites e noites que numa só noite
Nos aconteceram
Era o dia da noite de todas as noites
Que nos precederam
Era a noite mais clara daqueles
Que à noite amando se deram
E entre os braços da noite de tanto
Se amarem, vivendo morreram.

(Refrão)

Eu não sei, meu amor, se o que digo
É ternura, se é riso, se é pranto
É por ti que adormeço e acordo
E acordado recordo no canto
Essa tarde em que tarde surgiste
Dum triste e profundo recanto
Essa noite em que cedo nasceste despida
De mágoa e de espanto.
Meu amor, nunca é tarde nem cedo

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Tempo

"Senhor, de todas as perguntas com que Tu me deixas, há uma que cresce dentro de mim:" que fazes do teu tempo?". Sabes, perco-me nas tarefas, nas voltas a dar, nesta e naquela responsabilidade, num imprevisto... E no meio disso tudo, confesso, o tempo da minha vida assemelha-se mais a uma fuga que a uma sementeira..../....
Padre José Tolentino Mendonça

"the corner of words we didn't finish"

https://www.youtube.com/watch?v=q-LTCpc86fw

Janeiro 2014

Diz-me por favor onde não estás
em qual lugar posso não te ver,
onde posso dormir sem te lembrar
e onde relembrar sem que me doa.

Diz-me por favor onde posso caminhar
sem encontrar as tuas pegadas,
onde posso correr sem que te veja
e onde descansar com a minha tristeza.

Diz-me por favor qual é o céu
que não tem o calor do teu olhar
e qual é o sol que tem luz apenas
e não a sensação de que me chamas.

Diz-me por favor qual é o lugar
em que não deixaste a tua presença.
Diz-me por favor onde no meu travesseiro
não tem escondida uma lembrança tua.

Diz-me por favor qual é a noite
em que não virás velar meus sonhos.
Que não posso viver porque te espero
e não posso morrer porque te amo.


Jorge Luis Borges

quarta-feira, 20 de novembro de 2013

AMA COMO A ESTRADA COMEÇA




Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
conheço tão bem o teu corpo
sonhei tanto a tua figura
que é de olhos fechados que eu ando
a limitar a tua altura
e bebo a água e sorvo o ar
que te atravessou a cintura
tanto, tão perto, tão real
que o meu corpo se transfigura
e toca o seu próprio elemento
num corpo que já não é seu
num rio que desapareceu
onde um braço teu me procura
Em todas as ruas te encontro
Em todas as ruas te perco
É preciso dizer rosa em vez de dizer ideia 
é preciso dizer azul em vez de dizer pantera 
é preciso dizer febre em vez de dizer inocência 
é preciso dizer o mundo em vez de dizer um homem 

É preciso dizer candelabro em vez de dizer arcano 
é preciso dizer Para Sempre em vez de dizer Agora 
é preciso dizer O Dia em vez de dizer Um Ano 
é preciso dizer Maria em vez de dizer aurora 



Mário Cesariny de Vasconcelos
manual de prestidigitação
assírio e alvim
1981

domingo, 23 de setembro de 2012

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

Vinicius


Soneto da separação

De repente do riso fez-se o pranto
Silencioso e branco como a bruma
E das bocas unidas fez-se a espuma
E das mãos espalmadas fez-se o espanto
De repente da calma fez-se o vento
Que dos olhos desfez a última chama
E da paixão fez-se o pressentimento
E do momento imóvel fez-se o drama
De repente não mais que de repente
Fez-se de triste o que se fez amante
E de sozinho o que se fez contente
Fez-se do amigo próximo, distante
Fez-se da vida uma aventura errante
De repente, não mais que de repente

Bau de novo


Tudo de bom


segunda-feira, 28 de maio de 2012

John Daido Loori


Uma das coisas que te apercebes quando observas a natureza do eu é que aquilo que fazes e o que te acontece são a mesma coisa. Ao te aperceberes que não existes separadamente de tudo o mais, percebes o que é a responsabilidade: és responsável por tudo o que experimentas. Não podes voltar a dizer, “Ele enfureceu-me” Como é que ele pôde enfurecer-te? Só tu podes enfurecer-te. Compreender isto faz mudar o modo de te relacionares com o mundo e de lidares com a tensão. Então apercebes-te que a tensão, que em geral tem a ver com separação, é criada pelo processamento mental das tuas experiências. Sempre que surge uma ameaça, um contratempo, um entrave, a nossa reacção imediata é rejeitar, é prepararmo-nos mentalmente ou fisicamente para lutar ou fugir. Se te tornas no bloqueio – no medo, na dor, na cólera – e o vives plenamente, sem julgares ou sem fugires, deixando-o ir, deixa então de haver bloqueio. Na realidade não há maneira de saíres dele; não podes fugir. Não há nenhum lugar para onde fugires, não há nada donde fugires: és tu.

John Daido Loori

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades....


"Ich bin ein Berliner" (Eu sou um berlinense, em alemão) é uma citação de um discurso feito em 26 de junho de 1963 pelo presidente dos Estados Unidos à época, John F. Kennedy, em Berlim Ocidental. Na ocasião Kennedy estava enfatizando o apoio dos Estados Unidos à Alemanha Ocidental, 22 meses depois do Estado comunista da Alemanha Oriental, aliado da União Soviética, ter erguido o Muro de Berlim como forma de impedir qualquer movimento entre as regiões orientais e ocidentais da cidade.

O discurso é considerado um dos melhores de Kennedy, e um dos momentos notáveis da Guerra Fria. Representou um grande impulso moral para os berlinenses ocidentais, que viviam num enclave situado dentro da Alemanha Oriental e temiam uma possível ocupação comunista. Falando a partir de uma plataforma erguida sobre os degraus da Rathaus Schöneberg, Kennedy disse,

Há dois mil anos, não havia frase que se dissesse com mais orgulho do que “civis Romanus sum” (sou um cidadão romano). Hoje, no mundo da liberdade, não há frase que se diga com mais orgulho que 'Ich bin ein Berliner'... Todos os homens livres, onde quer que vivam, são cidadãos de Berlim, e, portanto, como um homem livre, eu me orgulho pelas palavras 'Ich bin ein Berliner'!

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011

domingo, 4 de dezembro de 2011

Desigualdades sociais em Portugal são as mais elevadas da Europa e devem-se à educação


As desigualdades sociais em Portugal são as mais elevadas da Europa e devem-se, sobretudo, ao fosso entre salários determinados pelo nível de educação, disse hoje o investigador do Instituto Superior de Economia e Gestão, Carlos Farinha Rodrigues.
"As desigualdades, quando se agravam resultam mais de um aumento dos salários mais elevados do que de uma contenção dos salários mais baixos", afirmou em declarações à Lusa.
A questão das desigualdades na distribuição dos rendimentos em Portugal é o tema de uma interpelação ao Governo que o Bloco de Esquerda fará hoje na Assembleia da República e que conta com a presença do ministro das Finanças, Teixeira dos Santos.
O Bloco de Esquerda (BE) acusa o primeiro-ministro, José Sócrates, de ter aumentado a injustiça em três anos de governação e promete confrontar o Governo com esse "défice social" na interpelação ao Governo.
Para o investigador do ISEG, "um dos principais motores de desigualdade em Portugal continua a ser a desigualdade salarial", acrescentou.
Segundo Carlos Farinha Rodrigues, que tem estudos publicados sobre a distribuição do rendimento, desigualdade e pobreza em Portugal, o principal factor de desigualdade salarial continua a ser a educação.
"Há uma forte discriminação a nível salarial devido ao nível educacional", afirmou.
Carlos Farinha Rodrigues afirma que a solução passa "pela complementaridade de várias medidas", mas defende que Portugal só conseguirá "reduzir a desigualdade e a pobreza, apostando fortemente na educação".
De acordo com os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), de Janeiro deste ano, com base no Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, realizado em 2006, existe uma acentuada desigualdade na distribuição dos rendimentos em Portugal.
Os dados referem que o rendimento dos 20 por cento da população com maior rendimento é 6,8 vezes o rendimento dos 20 por cento da população com menor rendimento, tendo descido dos 6,9 nos dois anos anteriores (Rácio S80/S20).
O coeficiente de Gini, indicador de desigualdade na distribuição do rendimento que varia entre zero - quando todos os indivíduos têm igual rendimento - e 100 - quando todo o rendimento se concentra num único indivíduo - tem-se mantido também inalterado em Portugal nos 38 pontos desde 2004.
Face à Europa, e segundo os dados referentes a 2005, Portugal registava um rácio S80/S20 de 8,2 e a média da União Europeia a 25 Estados-membros era de 4,9.
Quanto ao coeficiente de Gini, Portugal situava-se em 2005 nos 38 pontos face aos 31 pontos da média europeia, sendo ainda o valor mais elevado da Europa.
Para o Bloco de Esquerda (BE), as injustiças cresceram, "o país piorou" e "nunca houve tanta injustiça social" como desde que José Sócrates ganhou as eleições legislativas, há três anos, a 20 de Fevereiro de 2005.
Além do aumento do desemprego, "o país piorou porque os mais ricos têm hoje uma arrogância como nunca tiveram", dando Louçã o exemplo das indemnizações recebidas por cinco ex-administradores do BCP - 80 milhões de euros.
Nas contas do deputado e economista, "esta pequena indemnização são dez mil anos de salários de um português".


http://tv1.rtp.pt/noticias/?article=92248&visual=3&layout=10

“Desigualdades sociais 2010, Estudos e Indicadores”


Livro “Desigualdades sociais 2010, Estudos e Indicadores” lançado hoje
Portugal é dos países europeus com mais desigualdade social
Jornal Público 02.12.2010 - 20:49 Por Jeniffer Lopes

 “As disparidades são muito pronunciadas em Portugal, o que faz do país o mais assimétrico da União Europeia”, afirmou, esta tarde, Jorge Sampaio, ex-presidente da República, na apresentação do livro “Desigualdades sociais 2010, Estudos e Indicadores”, no Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa (ISCTE), em Lisboa.

Dados de 2007, reunidos no livro, inserem Portugal na lista dos países da União Europeia (UE) em que existem maiores desigualdades sociais. Baixos rendimentos e falta de escolarização e qualificação dos portugueses contribuem para o agravamento da pobreza.

“Em 2009, o desemprego aumentou muito”, afirmou Jorge Sampaio, alertando que, dado o contexto actual, a tendência é para um agravamento do problema. De acordo com dados do livro “Desigualdades sociais 2010, Estudos e Indicadores”, que o ex-presidente da República destacou, Portugal é dos países da UE onde a distribuição de rendimento é mais desigual. Jorge Sampaio sublinhou existirem em Portugal “500 milhares de trabalhadores pobres”.

Em termos de qualificação, os dados também não são animadores. Segundo Jorge Sampaio, Portugal tem um “capital humano bastante desqualificado” e uma taxa elevada de abandono escolar. “A relação entre desemprego e escolaridade não é linear”, referiu o ex-presidente da República. Assim, mesmo para quem tem qualificações, o emprego que existe é pouco.

“Não basta fixar metas” para acabar com a pobreza, defende Jorge Sampaio. “Não fugimos a um plano de austeridade, mas é preciso um plano de longo prazo para reduzir as desigualdades”, defendeu. Apostar na qualificação dos portugueses e elevar os níveis educativos é essencial. O que está em causa não são questões de ordem financeira, mas alterações na organização e regras de funcionamento, acredita Jorge Sampaio. “Não há desculpas” para a inexistência de reformas.

Diogo Freitas do Amaral, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros e professor de Direito, alertou para o problema das habitações sociais. “Existem, em Portugal, 200 a 250 mil pessoas que vivem em barracas, nas condições mais indignas de qualquer ser humano”, afirmou, acrescentando que o combate à pobreza passa por um debate sobre habitações sociais.

Freitas do Amaral sublinhou a necessidade de compreender como têm outros países conseguido lidar com a questão das desigualdades e seguir exemplo.

O livro “Desigualdades sociais 2010, Estudos e Indicadores” foi coordenado por Renato Miguel do Carmo, do Observatório das Desigualdades do ISCTE.

Desigualdade social, pobreza e exclusão

Portugal, cujo rendimento per capita corresponde actualmente a pouco mais de 70 por cento da média comunitária(1)UE 25), é um dos países europeus que apresenta maior desigualdade na distribuição de rendimento e taxas mais elevadas de risco de pobreza monetária. Também os índices disponíveis de pobreza segundo as condições de vida (indicadores de privação material) colocam Portugal numa posição muito desfavorável em relação a outros países da UE 15(2).

Desigualdade de distribuição do rendimento (S80/S20) e
Índice de rendimento por habitante (100=UE 25) – 2003, Fonte: Eurostat



(1) 72.9 por cento em 2003, 72.4 por cento em 2004 (estimativa Eurostat) e 71.2 por cento em 2005 (idem)
(2) “Material Deprivation in the EU”, Population and social conditions, Statistics in focus – 21/2005, Eurostat


Desigualdade social em Portugal


Desigualdade social em Portugal: “ricos são muito ricos, pobres são muito pobres”
De acordo com um relatório apresentado em Bruxelas, Portugal é um dos países da União Europeia com maior desigualdade na distribuição de rendimentos.
Segundo o Relatório Sobre a Situação Social na União Europeia, os rendimentos são repartidos mais uniformemente nos Estados-membros que nos EUA, com excepção feita a Portugal, “Apenas Portugal apresenta um coeficiente superior ao dos Estados Unidos", sublinha o documento. Até países resultantes do alargamento, como Polónia, Letónia e Lituânia se encontram ao nível dos EUA.
No nosso país, a parcela auferida pela faixa dos 20 por cento da população com rendimentos mais elevados é mais de 7 vezes superior à auferida pelos 20 por cento da população com rendimentos mais baixos. Portugal é o país em que o fosso entre os 20% mais ricos e os 20% mais pobres é mais largo, sendo que, quase um milhão de pessoas vivem com menos de dez euros por dia, falando-se de 9% da população nacional quando nos restantes países da União a média é de apenas 5%.
O mesmo relatório denuncia ainda, que as discrepâncias verificadas se dilataram em Portugal entre 2000 e 2004, mostrando uma realidade social fortemente desigual. O desemprego é apontado como uma das causas do problema, já que Portugal é um dos cinco países em que se verifica que o risco de o desemprego levar a uma situação de pobreza é superior a 50%. Os baixos salários são outra das causas da pobreza no nosso país. A generalidade dos estudos aponta para taxas de risco de pobreza particularmente elevadas nos seguintes grupos: idosos; famílias monoparentais; profissões pouco qualificadas, maioritariamente no sector agrícola; deficientes e idosos portadores de doenças crónicas.
O Rendimento Social de Inserção (RSI) abrange agora mais famílias, depois de um crescimento de 15,3% no número de beneficiários entre Janeiro e Setembro do corrente ano, em comparação com o ano passado, passando para um total de 379 849 beneficiários. Actualmente, cada família abrangida por este apoio social recebe 242,25 euros mensais. No final do mês de Setembro, a prestação social de combate à pobreza abrangia 148 377 famílias, mais 22 856 do que há um ano atrás, indica o site da Segurança Social.
A União Europeia mostra ainda Portugal como um país de poucas oportunidades, revelando fraca mobilidade social. Quer isto dizer que, em Portugal, quando se nasce no seio de uma família de uma determinada classe social, dificilmente se sai dela. A baixa formação profissional é um dos factores que mais influencia esta realidade. Se imaginarmos uma criança, filha de um casal com empregos pouco qualificados, ela tem apenas 50% de probabilidade de aceder a uma categoria de emprego mais qualificado. Tal como referido anteriormente o núcleo familiar no qual se insere o indivíduo condiciona fortemente quer a sua qualificação profissional quer a literária levando à manutenção da mesma classe social dos progenitores, na medida em que delimita a ascensão social.

publicado por Ricardo Vieira em http://criticanarede.blogs.sapo.pt/74834.html